segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Frustrações de Natal e Como Me Tornei Fútil Por Um Momento

Fim do ano. Época de levantar as mãos pro céu, dar graças e agradecer imensamente ao salvador... o décimo terceiro salário. Então, eu tava fazendo cálculos e cálculos sobre o quanto eu receberia de décimo terceiro. E depois de resgatar juros, calcular a CPMF (tomou no cu Lula), alíquotas do banco, taxa do papelzinho do extrato bancário e descontando aqueles vales-troco de papel ridículos de 10 centavos, eu vou ficar com (tã tã tã), 50 reais. To rico.

O Natal é um período que surta com o meu cérebro. Eu viro a pessoa mais consumista do mundo (espírito natalino morreu faz tempo, é época de dar e receber... presentes). Eu quero comprar tanta coisa que até agora não entendo como eu ainda não cai na real e me lembrei que eu não passo de um funcionário público badeko que ganha uma mixaria e que não pode mais pedir dinheiro pra mamãe porque ela acha que agora que eu trabalho eu posso comprar tudo o que eu quero. Eu mal consigo comprar meus passes de ônibus. Família é dose, eles dizem que tão pra tudo que a gente precisar e no fim das contas no primeiro emprego que a gente arranja, eles só não nos chutam pra fora de casa porque ajudamos com as contas (mentira, só pago a internet porque é quase só eu que uso. É, eu gosto de fazer drama).

Enfim, eu já quis de quase de tudo nesse Natal. Comecei com o meu desejo enorme de ter meu notebook fodaço que roda-se Windows Vista e tivesse Wi-fii, pra que em aeroportos internacionais eu me sentisse o cara. Acho tão chic esse povo cool que usa notebook no aeroporto (políticos e homens barrigudos de negócios não contam). Mas, esse é o Desejo-de-Natal-Escorrendo-Pelo-Ralo Nº1. Depois eu quis um Nintendo Wii, pra brincar de Star Wars fingindo que o controle é um sabre de luz e correndo todos os riscos de na empolgação joga-lo na TV e ver a caixinha mágica quebrar e pegar fogo. Mas o bixo acabou no mundo inteiro (é, de primeira eu também não tinha acredito na notícia não). Logo, Desejo-de-Natal-Escorrendo-Pelo-Ralo Nº2. Para ser mais singelo, resolvi pedir um Playstation 2. quando fiz o pedido no café da manhã, sorrindo mais que um retardado, minha avó só pousou a xícara na mesa, me deu um olhar frio e mortal e disse “Um vídeo-game?”, eu suei frio, abaixei a cabeça e fiquei reparando em como o café é amargo. Desejo-de-Natal-Escorrendo-Pelo-Ralo Nº3.

Porém, de todos as pré-frustrações natalinas que ando sofrendo, o Desejo-de-Natal-Escorrendo Pelo-Ralo Nº4 foi a pior de todas. Por vários aspectos, não só porque eu não vou ter o que quero, mas porque por um momento eu me resumi a uma pessoa fútil, mesquinha, estilo Paris Hilton e o pior é que nem me arrependo tanto. Apresento-lhes o Caso do Ligth Blue Boliviano. Eu nunca fui vidrado em perfumes, mas existe um em especial, que além de eu considerar a melhor mistura de essências já feita por um viado, opa, quer dizer, um homem, mexe com meu sistema olfativo e bate no meu cérebro causando um efeito perturbador e bastante “despertante” [ui!].

E Samuelzinho, louco pra ter esse perfume, o que faz? Vai pra outro país. Isso mesmo, fui a Bolívia com a missão de encontrar um Light Blue. Diga-se de passagem, um país que esta quase enfrentando uma guerra civil, onde o povo ta tocando fogo na rua e o presidente ta se coçando pra mandar o exército matar pobre no balde. Depois de duas horas rodando e esperando compras de material eletrônico alheio, eu finalmente pude correr atrás do meu tão sonhado perfume. E qual foi minha grande surpresa quando na primeira loja que entro lá esta ele , lindo, esbelto, preso no vidro e dizendo “Me compre, porque eu te amo”. Me achei tão sortudo. Gritei pelo vendedor, ele apareceu todo com cara de nojo. Perguntei quanto era, ele calculou o preço em dólar e o numero q veio fez meus olhos brilharem, esquecendo a figura depressiva daquele boliviano de chapéu de palha na minha frente. R$115 por um Light Blue de 125ml. No Brasil ele ta R$360 por 100ml.

Sem pensar duas vezes e esquecendo até mesmo de barganhar com o boliviano, saquei a carteira e disse “vou levar”, o boliviano tirou o perfume do vidro e eu disse “cartão internacional em dólar, ok?”. E ele “non”. Eu pasmado disse “como assim patrício?”. Ele com cara de nojinho (embora tenha certeza caro leitor que eu estava com muito mais nojo dele) “Non em dólar, só peso ou real”. Mentalmente eu penso “Tomou no cu, não vou negociar meu cartão numa moeda que eu não sei o valor oficial”. Maliciosamente e querendo vingança eu apontei o Light Blue e em seguida voltei pro vidro “Pode guardar de volta então”. O ódio do olhar dele foi mortal, mas o meu também. Quase dava pra ver os raios se cruzando.Tinha meia hora até todas as lojas da Bolívia fecharem. Mas eu não estava triste, pelo contrário, logo compraria meu Light Blue em outra loja.

Mas não tinha. Em canto nenhum. Em loja nenhuma. Na Bolívia inteira, nada de Light Blue. Eu estava com vontade de gritar, de morrer. Onde estava aquele perfume? Engoli o orgulho e voltei com o rabo entre as pernas para o boliviano maldito. Quando entrei na loja ele me deu um olhar do tipo, “oh não, ele de novo”. Apontei para o Light Blue e disse “Vou levar, cartão, em real”. E ele com um suspiro de entediado “Só em peso”. Eu, voltando ao olhar de ódio, “Real”, e ele com cara de puto, “Peso”. Abri minha carteira. Por um momento achei que uma mosca sairia voando de lá, só havia R$50. Olhei para o boliviano e tive que me segurar para não mandar ele tomar no cu.

Sai em silêncio e deixei o último Light Blue de toda a Bolívia para trás. Se Evo Morales invadisse Cobija com seu exército naquele momento eu apontaria para a loja que estava e dizia “Aqui companheiro, temos um comunista aqui. Mata. Mata esse hijo de una putana”. Porque a história mostra que todo governante ditador mata primeiro os comunistas. Não me levem a mal, mas eu levei horas de carro até outro país, tive que aguentar aquela cidade sem muita higiene, com aquele povo nada bonito (e visivelmente sem muita higiene também), para no fim das contas não levar o que eu queria? O mínimo que eu poderia era desejar ele morto, enterrado e com a loja falindo.

Enfim, meu Natal já começou mal. Já não basta que ele não vai ser grande coisa mesmo. To revoltado. Acho que vou gastar minha fortuna de décimo terceiro em doses de Blue Label. Hum, pensando bem, com 50 pilas, eu posso comprar ¾ de uma dose de Blue Label. Acho que não rola. Vamos beber cerveja, que o efeito é quase o mesmo.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Fusca É Nada, Imagem É Tudo E Até A “Inveja Saudável” É Uma Merda

Hoje aconteceu uma coisa que mexeu com meus sentimentos. Durante todo o evento que teve tal poder, eu me senti excitado, maravilhado, bestificado, fascinado e mais algum “ado” que eu não estou bem lembrado. Que evento foi esse então? Eu andei de Fusca. E não foi um simples Fusca, foi "O Fusca". A pintura original estava mais desgastada e incriquilhada que a pele da Dercy Gonçalvez, a embreagem e o acelerador estavam alinhados por duas linhas de barbante, a porta do carona não abria por fora e tremia mais que uma pessoa gorda quando goza (reza a lenda que gordo não tem orgamos, tem ataque epilético), o estofamento estava sujo de barro, rasgado e, no geral, por dentro ele mais parecia que tinha entrado em chamas ao ter sido um carro um dia. Ou seja, eu amei.

Lembro-me que o primeiro carro aqui de casa, nos tempos das vacas anoréxicas, foi um fusca. Branco e com aquele cheiro que só os fuscas tem. PAUSE: Porque todo fusca tem o mesmo cheiro hein? No começo eu achava que todos eram fedidos, mas depois eu percebi que existe algo como a “maldição do cheiro do fusca”, algo que está na alma do bichinho (ou no suor de quem senta sem camisa e o líquido salgado humano infesta aquele estofamento de 1ª linha). DES-PAUSE: Era uma aventura sair de casa naquela época pelo fato de que no princípio dos anos 90, minha residência era ocupada por [PAUSE: contando nos dedos] 9 pessoas.

E ai você e eu nos perguntamos, cabiam nove pessoas em um fusca? Claro que não. Mas cabiam sete com folga. E antes de eu e meu irmão desembestarmos a crescer descontroladamente, se empurrasse um pouquinho pro lado, caberiam 8. Exato, nós tínhamos mais que um fusca, nós tínhamos um Fusca de Circo. Dirigi ele quando criança e aprendi o pouco de mecânica de carro que sei hoje, ou seja, nada.

Hoje eu senti um prazer infantil ao andar de fusca. As pessoas geralmente tem nojo, mas quando estão num carrão se sentem esnobes e poderosas mesmo que o carro não seja delas. Eu não, quis deixar metade do meu corpo do lado de fora da janela e gritar pra todo mundo na rua “Ei, olha pra mim, eu to andando de fusca, cara. Iraaado”. Lógico, não fiz isso, pois além de gerar uma multa para meu colega, eu acabaria sendo comparado a cena de Priscila - a Rainha do Deserto por todos os idiotas/insensíveis que pensam que imagem é tudo e que para fazer parte do mesmo sistema que destrói suas vidas e as torna infelizes e vazias, são capazes de ostentar até o que não possuem.

Esse negócio de imagem me lembrou que sexta feira entrei na maior crise da minha vida com relação a minha imagem. Nos últimos meses meu espírito consumista e de “pessoa mais influenciável do mundo” aflorou e eu gastei uma bela grana em roupas, produto pra cara e pro cabelo. Pra que? Pra no fim das contas eu ter chegado ao cúmulo de na sexta feira ter me achado o cara mais desagradável do mundo, ter tido vontade de cortar a minha face com uma navalha e me isolar do universo num abrigo nuclear pra que ninguém me visse. Sai de casa a contragosto, mas eu só gastei sua gasolina e nem sai do carro. Se eu pudesse ter usado burca nesse dia eu tinha usado.

Passado o dia negro, eu tenho que admitir que não me curei dessa Crise do Patinho Feio totalmente(é, to com a esperança de virar cisne), mesmo porque, a colega veio me dizer que eu pareço com o Sementinha do Mal, do Tropa de Elite. Ela disse que ele é fofo que nem eu, mas eu me perguntei-me a mim mesmo, “se ele é bandido, marginal favelado e galeroso, cadê exatamente a parte fofa disso?”. Anda não assisti Tropa de Elite, mas depois dessa, nem quero mais.

Para me distrair desse Sofrimento-Anti-Narciso, os livros novos que eu comprei chegaram, um deles é Mastigando Humanos, do Santiago Nazarian. Eu acho que eu o comprei só pra quando terminar de ler dizer que não gostei. Por quê? Acho que eu tenho inveja do autor. Ele tem 30 anos, quatro livros publicados, é tradutor de livros (mew, ele traduziu Maldito Coração), escreve legendas para filmes, conhece uma parte cool e underground do mundo, escreve para a Rolling Stones e... ah, vá pra porra, to fazendo propaganda dele de graça.

Acompanho o blog do Nazarian faz alguns meses. De certo modo, eu sempre almejei de um dia ser algo parecido com o que ele é, talvez porque meu maior sonho seja me tornar um conhecido escritor de contra-cultura. Isso volta a me questionar-me a mim mesmo (gosto de dar ênfase) sobre a imagem que tentamos passar de nós para o mundo. Por mais que algumas pessoas tenham noção de que a imagem é um conceito muito hipócrita na sociedade atual, não dá pra deixar de pensar que até mesmo essas pessoas almejam ser algo um dia, formar uma imagem sua para passar para outros.

Eu posso até querer que um dia eu tenha uma força de imagem parecida com a do Santiago Nazarian, mas eu vou comprar um jipe pra mim, porque eu adoro aquele modelo mais velho, aberto e vermelho. E quando alguém me oferecer uma carona num fusca caindo aos pedaços, pode ter certeza que eu só vou recusar se tiver um bom motivo.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Mortos-Vivos Musicais, Emos Funkeiros e “piri pipiri pipiri piri piriguete”

Eu tenho um passado negro, opa, passado afro-desentende (afinal, ontem foi Dia da Consciência Negra), quando o assunto é o meu gosto musical. Ai meu Deus, lá vou eu me gongar no meu próprio blog de novo. Enfim, quando eu era mais pequetito eu... eu... (porra, é difícil de admitir), mas eu ouvia Britney Spears, N’Sync, Five e (droga, eu to tremendo) Backstreet Boys. Ei, eu era uma criança, não riam de mim. Enfim, boy band’s era comigo mesmo. Porém, eu cresci, virei uma pessoa “culta”, entrosado nos “meios artísticos alternativos”, enterrei esse passado brutal e traumático, e passei a ouvir apenas aquilo que não é ouvido, dando extremo valor a musica francesa da qual eu não entendo bolhufas, mas que é cult, e ficando parado no meio da boate quando o DJ galeroso bota pra tocar a musica tema do Tropa de Elite (ei, eu fiz isso no fim de semana, me senti “o esnobe”).

Enfim, porque essa revelação de segredos bombásticos mesmo? Por causa do Dan. E quem é Dan? Ai, gente ignorante é foda. Alguém aqui se lembra do O-Zone? Não? Não os culpo. Sabe aquele marco na musica popular brasileira que mais parecia uma pérola de Caetano Veloso e Elis Regina intitulado Festa no Apê? A musica, que originou essa obra do Latino de tão bom gosto, se chama Dragostea Din Tei do antigo O-Zone. Mew, eu era fã deles, ouvia todas as musicas que aqueles baitolas faziam e adorava. O problema deles era justamente a viadagem. Quando eu assistia um clipe do O-Zone, eu sentia vergonha por eles, em alguns momentos eu abaixava a cabeça e pensava “eu realmente sou fã disso?”. Enfim, pelo seu ídolo você tem que engolir muitas coisas (to é bem comparado ao povo que adora a Britney “Fat no VMB” Spears).

O O-Zone acabou (e sinceramente, depois do clipe bizarro de Despre Tine eu não fiquei muito triste). Um resultado interessante do fim do O-Zone foi que definitivamente eu matei meu gosto por boy band’s e por musica dance, a mais renegada, popular e esdrúxula dos ramos da musica eletrônica. Porém, pouco tempo atrás, eu me deparei com um single de um ex integrante do O-Zone, o Dan (quase esqueci de voltar a falar dele), chamado Crazy Loop. Foi só ver o clipe e pronto, o mal antes adormecido e amaciado na Caverna do Dragão ressurgiu e tomou conta da minha pessoa igual um pedaço da alma de Voldermot inserida numa Horcruxe (Harry Potter, venha me salvar). O Dan está mais gay do que nunca, ele continua com aquele estilo de sempre, dança que nem um epilético com formiga na cueca, mas porra, Crazy Loop é muito bom. Típica musica dance do leste europeu (que tem seu mundo pop a parte diga-se de passagem).

Com o retorno das forças das trevas do meu gosto musical, eu acabei descobrindo algo pior do que tudo que eu já havia descoberto ate então, o próprio nome por si só já da medo, Bonde das Impostora (sem 's' mesmo). “Olha aqui sua cachorra, eu pulando da bagaça” (no momento escuto Funk da Biscate Caminhão). E o pior de tudo, é que tem gente que diz que isso é cult e ta super na moda. Pior mesmo é a composição do tal bonde (preparem-se), um emo e uma piriguete. Sim caros amigos, o apocalipse está próximo, abriram-se as porteiras do inferno, Nostradamus estava certo, o mundo vai acabar. Emos e piriguetes juntos? Cantando? E depois diziam que a Dercy Gonçalvez é decadente. Pior que isso só o Bonde do Role, que diga-se de passagem, faz mais sucesso lá nas terras européias do que no Brasil, sinceramente, que fiquem por lá.

Falando em piriguetes, lembrei de uma coisa, e não, não foi a musica do momento com o refrão super difícil de decorar em que se canta por vinte minutos sem parar para respirar “piri pipiri pipiri piri piriguete”. Eu tenho imã pra piriguete (lá vou eu me gongar de novo). Estou eu passando pela rua a noite voltando da faculdade, a piriguete para no meio da calçada, me olha de ponta a cabeça e solta um “Boa Noite gatinho” (mamãe me ensinou a ser educado, eu dei boa noite, mas apressei o passo). Quando isso aconteceu pela segunda vez eu percebi que o melhor é você ignorar e ir pro outro lado da rua. Enquanto isso vou quietinho tentando virar monge budista e me livrar dos pensamentos mundanos da carne.

Voltando ao meu terrível problema com as portas do inferno musical que se abriram para a minha vida, eu decidi que vou continuar curtindo o Dan, uma hora, naturalmente, essa onda retrô de O-Zone vai passar. Quanto aos bonde’s, espero que saiam dos trilho, batam num muro e morram (não eu não sou tão mal assim, percam as vozes e já ta de bom tamanho). Já as piriguetes... é, vou continuar atravessando a rua toda vez que encontrar uma dessas vindo na minha direção.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Conversas Bizarras na Universidade – Ato II

Pollyana Morena Veneno diz:
Manu, Samuel, vocês tão ficando doidos. Doidinhos aqui na UFAC.

Bryan diz:
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Manu diz:
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkk Por que, Polly? Kkkkkkkkkkk

Pollyana Morena Veneno (com cara de séria) diz:
Porque vocês tão. E tu Manu, é a mais doida, e ta arrastando o Samuel contigo.

Bryan diz:
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.
Vovó sempre disse que eu sou uma pessoa muito influenciavel.

Pollyana Morena Veneno diz:
Vocês só comprovam uma tese minha. Se você murar a UFAC, ela vira um manicômio, se jogar uma lona, vira um circo.

Bryan e Manu dizem:
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Simona Animal (fingindo que é uma pessoa séria, mas cuspindo saliva de tanto rir por dentro) diz:
Bixo, eu me preocupo com o mundo, é triste, o mundo é cercado por pessoas com a profundidade de um pires

Bryan (com a barriga doendo) diz:
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Manu diz:
Repete pelo amor de Deus que eu vou colocar essa frase no meu Orkut.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Eu não estou lá escutando canções de amor...


O cinema é a única arte que me faz entrar em desespero constante. Aliás, cinema já foi motivo de ciúmes em algum namoro que não lembro bem o qual (se for o atual é melhor não lembrar mesmo!), pelo motivo de numa crítica a algum filme ter escrito que Eu só assisto filmes sozinho, nada de companhias, só se for obrigatório. É o filme e eu. Só nós dois. É uma relação de prosa e poesia, ou um rompimento sem volta com cada película. O cinema é meu maior amante.” (meloso, não?)

Enfim, por que foi que eu comecei a falar disso? Lembrei. Porque “eu não estou lá escutando canções de amor” (mais melosidade, calma que isso tem um sentido, eu juro). Existem dois gêneros cinematográficos que Bryanzinho aqui tem nojo desde que se entende por gente e assistiu (e se emocionou) pela primeira vez o Rei Leão no chão do Cine João Paulo (porque o burro aqui na época era um cavalheiro e deu a cadeira em que estava para a prima no cinema lotado), o musical e o biográfico.

Eu moro no Acre. E isso por si só já faz com que uma pessoa que se dedique a cinema tenha vontade de ter alguns enfartes de vez em quando. Meu período anual de crise-suicida-cinéfila acontece a partir do Festival de Cannes. Entre os títulos que quase me fizeram ter orgasmos múltiplos estava o novo filme do Ang Lee e o A Prova de Morte, do Tarantino (sangue, sangue e agora eu dou aquela risada de bruxa maligna), mas Les Chansons d'amour, um filme que é tudo o que eu sempre desprezei, musical, romance e gente muito bonita parecendo sensível, teve uma atenção minha muito especial. Então por que diabos eu gostei desse filme viadinho? Sei lá! Talvez porque seja do Christophe Honoré, diretor do fabuloso Dan Paris, talvez porque tenha um dos meus atores favoritos no meio, o Louis Garrel e talvez porque seja um filme francês (essa paixão exarcebada por cultura francesa ainda vai me lascar legal algum dia).

Mas o que mais me encantou, muito além de todos os outros lançados esse ano, foi I’m Not There, do pouco conhecido Todd Haynes, que é um filme biográfico, sobre ninguém mais, ninguém menos (se você tiver adivinhado de quem pelo título do filme, você ganha um doce), Bob Dylan. Eu nunca escutei uma musica do Bob Dylan, mas a trajetória dele me fascina. Eu nunca assisti um filme do Todd Haynes, mas Velvet Goldmine é um filme que eu espero para assistir há pelo menos 1 ano. Além disso, num filme que mistura histórias verdadeiras e histórias falsas, e tem 6 atores que encarnam um mesmo personagem durante sua trajetória, não ter meu interesse é motivo de que alguma coisa está errada.

Eu sei que minha argumentação sobre o motivo de eu estar tão ansioso (lê-se: desesperado) para assistir I’m Not There e Les Chansons d'amour não está boa. Mas o meu objetivo aqui não é convencer você a assistir esses filmes e sim demonstrar o quanto eu sou apaixonado por cinema. Esse não é um daqueles meus textos loucos sobre muita coisa, é uma carta de amor sobre aquilo que mais me fascina, é sobre o poder de atração que o cinema tem sobre a minha pessoa. E sim, eu devo estar doente, se tiver um psicólogo ai na platéia, eu preciso de ajuda.

O Festival do Rio e a Mostra de São Paulo esse ano me foram convidativas ao limite. A lista de filmes me era quase dolorosa. Saber que alguns desses filmes eu só assistirei daqui a um período de no mínimo 6 meses é angustiante.

Lógico que eu também não poderia deixar de falar da moda de gostar de cinema alternativo. Hoje em dia você deve andar com a revista da Caros Amigos no braço, camiseta do Che Guevara (aquele assassino sanguinário que eu virei fã só depois que descobri que ele é um assassino sanguinário) e quando o assunto é cinema você tem que, obrigatoriamente, falar muito mal do cinema americano, evitar todos os filmes de língua inglesa em qualquer festival e aclamar aquele filme que se passa no Cu-Do-Quistão (tudo que é audio-visual do oriente médio é extremamente cult na moda do momento) falando hergebaico, com legenda em mandarinaico que ninguém viu, quem viu não entendeu, e quem entendeu foi só o diretor e a mãe dele (talvez nem a pobre senhora). Sendo que na verdade você ta louco pra saber o que aconteceu em Lost (falando nisso, puta que pariu, o final da terceira temporada foi bom pra caralho).

Cinema é uma arte muito relativa em gostos. O mundo cinematográfico parece, em muitos momentos, ser aparte do real. Não importa o quanto ele demonstre a realidade, aquela é a realidade do filme mostrada para o mundo, mas nem sempre aquela é a realidade do mundo mostrada pelo filme. Cinema não tem moda, tem um amontoado de idéias, um amontoado de realizações e um amontoado de resultados, diferentes, únicos, iguais, eficientes e inúteis. E claro, o poder de desesperar um ser humano como eu a esperar muito tempo para assistir aquele filme que me encantou sem nem saber o que encontrarei pela frente.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Conversas Bizarras Pelo MSN - Ato I

S. Bryan diz:
o meu vício em Heroes ta chegando no limite

---- fora do ar ---- diz:
o que aconteceu? tentou voar???

S. Bryan diz:
claro que não!

---- fora do ar ---- diz:
ainda bem!

S. Bryan diz:
eu estou tentando ler a mente das pessoas e mover objetos telepaticamente. mas eu acho que queria controlar o contínuo tempo e espaço. É mais legal.

---- fora do ar ---- diz:
ô meu deuso... tá grave...

S. Bryan diz:
e quando o Sylar vier arranca meu cerebro eu paro o tempo, me teleporto e vou pra outro canto. Depois vou gritar “I DIIIIIIIID” e ficar com o braços pra cima assim óh \o/

---- fora do ar ---- diz:
hahahahaahahahaahahahahahahahaahahah

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Música Alternativa, Moda Nada Alternativa e Tudo Aquilo que Você Nunca Admite

Eu passei mais um final de semana em casa. Mas diferente dos últimos finais de semana que eu passei entortando minha coluna na frente do computador, dessa vez eu fiz qualquer outra coisa, porque eu enjoei de Internet. Ei, espera ai, "enjoei de internet", eu disse isso? Alguém vem aqui e me dê um tiro. Eu quero ser jornalista, escritor, cineasta, músico alternativo (hum... pensando bem, essa eu pulo), crítico chato de tudo que aparece de novo, então, ei!, eu não posso enjoar de internet. É mais que uma diversão, no meu caso, é necessidade.

O pouco tempo que eu passei na internet nesse fim de semana, foi conversando besteira com o povo online e procurando música alternativa. Falar de música alternativa é interessante. Por exemplo, se eu falar que passei esse fim de semana só escutando Dangerous Muse, Sergey Lazarev, Patrick Nuo e Rogue Wave, você, caro leitor, que com quase minha certeza absoluta não conhece mais do que um dos citados, vai dizer: "Pow, nunca ouvi falar desse povo, devem ser músicos alternativos bacanas". Bobinhos!


Sergey e Patrick não passam de músicos de pop/romântico-barato, Rogue Wave me lembra country americano, mas parece country/pop/semi-barato/ que-tem-faixa-em-Heroes. A única coisa que pode ser chamado de alternativo realmente é o Dangerous Muse. Mas o DM toca eletro-music. E musica eletrônica pode ser alternativa? No meu conceito, claro! Eu adoro quando uma pessoa diz “Eu só gosto de música alternativa”, geralmente é um motivo para eu olhar, sorrir e pensar “Otário(a)!”. As pessoas tem o costume de achar que musica alternativa é toda musica feita por cantor ou banda que possui todo aquele caráter regionalista, revoltante, semi-socialista-comunista, apreciado por poucos e idolatrado em rodinhas de discussão de pessoas que se acham elite cultural sentados numa mesa de bar alternativo tomando vinho.

Acabamos sendo condicionados a pensar isso. Porque as outras pessoas pensam e dizem isso. E porque no fundo queremos ser esse tipo de pessoa (e vocês vão negar até a morte, eu sei). Bem, mas voltando rápido a musica alternativa e Dangerous Muse, eles são alternativos sim. A particularidade deles, o som “oitentista”, as letras, enfim, não existe algo parecido, e não existindo algo parecido, nem que eles tocassem brega, eles seriam alternativo. Aliás, a minha relação pessoal com as músicas do DM são quase eróticas (abafa, mas aquelas letras e aquela melodia...). Pra mim, isso é ser alternativo, ter algo que é só seu e que não está na linha de grandes reconhecimentos da mídia (não queria usar essa palavra), mas ainda assim, possui o seu reconhecimento, e mesmo que mínimo, isso basta.

Uma frase que sempre ouvi muito das pessoas que me cercam durante toda a minha vida foi, “Ninguém me influencia, eu tomo as minhas próprias decisões”. Aos poucos a gente descobre que isso é mentira. Todo mundo é influenciável, mas não falo de modo direto e sim de um modo inconsciente. Rodas de amigos, família, trabalho, colegas de estudos, mídia, internet, tudo isso e mais te influencia, nos seus gostos, nas suas vontades e nos seus atos. E mesmo assim as pessoas ainda gostam de dizer que são únicas (eu sei, a verdade dói, mas respire e relaxe, não é só você).

Um exemplo bobo pra isso que vem de mim mesmo aconteceu nesse sábado. Eu nunca liguei para marcas, mas ao longo do tempo, me aproximando de moda, eu fiquei louco por ter algo da Calvin Klein. Esse desejo nasceu naturalmente? Claro que não! Eu fui totalmente influenciando pelo mundo. E eu to me culpando por isso? Nem um pouco! Então eu comprei uma camiseta CK. Nem chorei com o preço. Sai sorridente e tudo (diga-se de passagem, houve uma cena interessante na loja, mas, abafa²). Comprei uma camiseta da CK cujo valor eu podia ter utilizado pra comprar cinco no Formigão - O Barato da Moda.

Nunca conheci ninguém que batesse no peito pra dizer que comprava roupa no Formigão. Minha avó e minha tia um dia foram filmadas lá e saíram num comercial onde umas 20 mulheres disputavam uma pilha de calças jeans de R$30. Foi o fim, minha tia (chiquérrima), quase chorou (se tivesse sido na Daslu, teria sido muito diferente). Eu não parei de zua-las. Enfim, só porque somos todos condicionados a termos atos por influencias dos outros (e isso é fato, não adianta nem ficar falando “mas, mas...”), não significa que não temos nosso jeito próprio, nossas particularidades. O que não podemos é sermos hipócritas a ponto de dizer que somos ininfluenciáveis (palavra bonita não?).

No fim, eu tenho que voltar a ser viciado em internet. Quando eu tiver esses atos loucos de achar que to enjoando, vou pra frente do espelho, me dar dois tapas e dizer “Se oriente, garoto!”. Meu professor de Administração pelo SIGO disse que quem vive sem internet e celular é mais feliz. Pode até ser. Mas eu ainda prefiro isso tudo, a sinais de fumaça e isolamento numa selva peruana.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Como me tornei estúpido, ou, fase de bloqueio de idéias

Eu nunca gostei de 911, aquela série médica que passou na Globo. Sinceramente, aqueles dramas pra mim eram um saco. Talvez foi a partir de não gostar da dramatização médica de 911 que eu tenha começado a desenvolver meu senso crítico e analítico das coisas. Aí, eu tava assistindo a Record num dia desses e o que eu vejo que ta passando lá depois das 11 da noite? House. Nossa, eu tava querendo assistir House há meses. E agora eu tinha a oportunidade (com uma dublagem sofrível é claro, Deus, chega a doer nos meus ouvidos).

House é uma série americana que conta sobre o dia a dia do doutor House e sua equipe médica. Comum? Eu não vou nem explicar muita coisa. Apenas fiquem com esse comentário do House sobre uma criança com câncer: “Não pode aparecer uma criança com a cabeça careca por aqui que todo mundo já considera ela Madre Teresa de Calcutá”. Bizarro, não? Para o doutor House, um caso é só um caso e ele só os trata com frieza, arrogância e um humor negro que lembra eu mesmo nos meus bons tempos. A equipe de House é mais humana, menos o negão (não é porque ele é preto, mas ele é nojento). E nossa, eu me empolgo assistindo aquela série, fico até agitado. É muito bom, de uma inteligência que eu sempre procurei num programa de televisão.

Aliás, a Record ta com um momento fantástico de séries. Além de House, ta passando também CSI e estreou Heroes (com o perdão da palavra, Heroes é do caralho). Também não me arrisco em dizer que esse é o melhor momento das séries americanas no próprio EUA. Pow, esse ano estreou as novas temporadas de Roma, Família Soprano e Desperate Housewives, além disso, a competição de Heroes e Lost foi ferrenha.

Mas o assunto aqui não é esse. Ontem eu estava lendo Os Sonhos Morrem Primeiro, de Harold Robbins. É um livro bastante interessante, mesmo escrito em 1978, talvez porque eu adore estórias de bastidores de mundos pouco conhecidos, como o da indústria editorial pornográfica dos EUA (aliás, eu sempre me perco nos valores de dólares, U$2.000 naquela época era uma fortuna considerável). Quando de repente eu largo o livro e solto um: “Eu to ficando burro”. Minha avó, que estava lendo A Bruxa de Portobello (eu não suporto Paulo Coelho desde O Zahir) na hora, largou o livro e ficou me olhando.

Não que eu esteja deixando de estudar, ler ou me informar das coisas. Pelo contrário. Mas ultimamente eu estou sentindo que meu senso crítico não é mais a mesma coisa. Eu sempre tive um tipo de posição contrária ou polêmica das outras opiniões. Aliás, a maioria das coisas que as pessoas “cultas” gostam eu sempre tenho uma análise própria (tipo, sabe O Caçador de Pipas? Então, achei chatíssimo). Eu gosto de ter uma visão das coisas de um jeito só meu. Sempre uma crítica particular e um senso de captar as coisas ao meu redor com uma facilidade grande. Agora, sei lá, sinto como se tivesse perdendo isso.

Quando falei isso pra minha avó, ela disse: “Deve ser porque você ta ficando mais centrado na vida”. Fiquei doidinho. Se começar a ter a capacidade crítica mais pros cantos do senso comum é ficar centrado na vida, eu prefiro largar tudo, morar numa casa no campo, escrever contos baratos e ter um caso sórdido de amor (esse é o tema de um filme cujo título me foge a cabeça no momento).

Essa conversa que eu tive me lembrou o livro que eu quero comprar, Como me Tornei Estúpido, do francês Martin Page. A sinopse do livro diz que o personagem principal, Antoine, sofre com a inteligência e o senso crítico que tem. Tortura a mente dele e nunca o levou a lugar algum (eu sempre fui a favor da idéia de que a nossa mente é nossa maior torturadora). Então ele tenta de tudo pra ser menos crítico e analítico, ate mesmo arrancar parte do cérebro. Não dá certo, mas ele descobre um remédio poderoso e se torna amigo de um corretor de imóveis que o faz ficar rico sendo pouco inteligente, além de ingressá-lo na elite de Paris. Então se tornando estúpido, a vida de Antoine começa a melhorar. Mas de vez em quando o efeito do remédio passa, e o senso crítico volta pra torturar.

Engraçado. Eu to tentando ser diferente de Antoine. Entrei em crise por causa disso, mas ontem mesmo, depois de me tocar que talvez eu esteja me tornando estúpido, eu tive um lapso. Uma idéia, que sinceramente eu achei boa como poucas que eu criei. Já to de mãos a obra e vamos lá. Lá vou eu tentar salvar meu senso crítico e analítico e quem sabe um dia eu poderei me equiparar aos pés do próprio doutor House e não precisar me tornar estúpido, muito menos por vontade própria.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Sonhos de Consumo, Alerta Solar e Heroína - tudo a mesma droga!

"Qual é o seu maior sonho de consumo?" Eu fico impressionado quando pergunto isso pras pessoas e ninguém demora mais que dois segundos pra começar a dar a resposta. Consumistas! Enfim, quando me perguntavam qual era meu maior sonho de consumo, eu respondia: é um Ray Ban Mirrored. É isso mesmo, meu sonho de consumo era um óculos escuro, modelo aviador, de lentes espelhadas da marca Ray Ban.

Antes de entrar no fato desse sonho de consumo bizarro, adentremos em um fato interessante. Os óculos aviadores de lentes espelhadas finalmente saíram da 25 de Março para o Camelódromo Box 5. Eu estava indo pro trabalho quando vi um "galeroso" (ZL em São Paulo) com um aviador espelhado no rosto. Tremi. O pior é que uma loja de bugigangas lá perto de casa também ta vendendo um. Então, o pior aconteceu. Uma menina dentro do ônibus também usava um. Logo, eu me desesperei. Motivo: se os aviadores espelhados falsificados chegaram ao Acre, significa que a moda deles pelo eixo RJ – SP morreu.

Ah, me lembro que criei a paixão pelos aviadores espelhados vendo as fotos das raves que o Elder colocava no flog dele, isso quatro anos atrás, sempre quis um então. Aos poucos a moda de óculos escuros na rave passou para as baladas, balada agora só com óculos escuro. Só que agora não era só Ray Ban, eram Diors, Gucci, Oakley (bem ridiculizinhos na minha opinião) e principalmente, os belos e ostensivos Armanis. Ah, mas eu não tava nem ai, ainda queria meu Ray Ban Mirrored. Então eu fui pra uma balada de “verdade”. O efeito foi punk. Mas enfim, o que eu vi de interessante por lá? Ninguém mais usava óculos escuro a noite.

A moda passou. Os óculos voltaram a brilhar apenas durante o dia pelas grandes metrópoles. E os espelhados chegaram ao Acre. Como dizia Stephen King em A Torre Negra, “Oh, discórdia!”. Resultado, meu único sonho de consumo morreu de forma drástica. Logo, sou um menino sem sonhos de consumo (oh Deus, eu deixei de ser humano).

Esse negócio de óculos escuros e sol é engraçado. É interessante observar que quase todos ao meu redor gostam de reclamar do meio onde vivem. Ta fazendo um calor infernal por essas bandas. Quase todo mundo no Acre odeia calor. Odeiam calor num lugar em que faz uns 350 dias de sol absoluto por ano. Uma vez tinha um idiota no meu MSN com o nick mais ou menos desse jeito “To me sentindo na Europa com esse frio”, ou algo parecido. Enquanto isso, conheço sulistas que vivem reclamando do frio, gostariam de viver em terras mais quentes e ar mais leve. Por que eu gosto de calor? Porque eu simplesmente não gosto de frio. Por mais que eu ande lindo com minha jaqueta Civil, eu não suporto o rachar da pele, as câimbras, o pesadelo que vira um banho e visão de corpos bonitos com muita roupa. Aliás, ta ai uma coisa que gosto muito no Acre, as pessoas andam com pouca roupa.

Tava assistindo Sunshine – Alerta Solar esse fim de semana. Danny Boyle é um europeu filho da puta. Ele conseguiu fazer dois clássicos da era do cinema moderno “homenageando” e “reinventando” clássicos da cultura pop. Sunshine é belamente inspirado e traçado em 2001 – Um Odisséia no Espaço, assim como Extermínio (de longe, um dos meus filmes favoritos) é inspirado nas grandes obras de terror de George Romero. Como alguém consegue ser tão bom copiando os outros? Putz, queria ser igual o Danny Boyle.

Voltando a Sunshine, o filme fala de um grupo de cientistas e astronautas que vai jogar uma bomba no centro do sol para dar uma xupeta nele e conseguir fazer o astro engatar a 5ª, já que ele entrou na 1ª e a Terra ta congelando. Acreditem, pode ate parecer idiota lendo assim, mas tirando a perseguição estilo Jason X e um vilão estilo Fredy Gruger (Deus, ainda bem que ele aparece só por 15 minutos), o roteiro não aparenta falhas, ele simplesmente deixa muita coisa propositalmente em aberto, o que o faz muito bom, mesmo acima de momentos quase decepcionantes.

Aliás, Boyle marcou o cinema com Trainspotting (que eu por coincidência assisti um dia antes de Sunhine). História fantástica sobre as drogas e um grupo de jovens perdidos ou que se perdem pelas vidas em Edimburgo. Baseado no fodástico de livro de Irvine Welsh (NOTA MENTAL: quando for falar de literatura contemporânea, voltar a falar dele). O personagem principal de Trainspotting usa as drogas para fugir da possibilidade de uma vida igual a que todos nós levamos. O começo e o final do filme são genais, pois é usado o mesmo monólogo em contextos diferentes. No fim, ele acaba desejando ter tudo aquilo que nunca quis, ser igual a todos, porque havia cansado de ser tão diferente (e porque também tava cheio da nota, pronto pra ter uma vida tranqüila e longe da atual, afinal, ele também não é besta).

Ai eu volto ao sonho de consumo. Não ter um faz eu me sentir um usuário de heroína. Eu me sinto mais livre e longe daquilo que eu não quero ser, ao mesmo tempo, eu sei que isso vai durar pouco. Já já vou querer o carro do ano ou coisa parecida. Não sei com os sonhos de consumo, mas com a heroína é assim (pelo menos em Trainspotting) ou você larga uma hora, ou ela é que vai largar você.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Cultura Pop, Harry Potter, Literatura Anti-Pop e trocadilhos horríveis...


Eu adoro o blog do Zeca Camargo. Ele começa falando de nada e termina com porra nenhuma. Isso é modo de dizer, claro, afinal o cara é dono de uma cultura (e de carimbos no passaporte) que eu definitivamente invejo positivamente. Mas eu não to aqui pra falar dele ou do blog dele. Na verdade começo esse post falando de um dos últimos textos dele, o “Já Estou no Quinto Capítulo do último Harry Potter”.

O texto em questão começa falando da leitura do Zeca do último Potter (íntimos, não?) mas acho que o Zeca nunca faria um post só sobre o Potter (se ele fizer eu paro de ler aquela merda), o post falava sobre a companhia de dança Grupo Corpo e seu espetáculo. Muito bom por sinal, queria assistir. Porém, o Zeca teve uma surpresa desagradável nos comentários. Uma trupe de pottermaníacos se revoltou e não parava de falar que ele havia usado Harry só pra atrair atenção do blog e que pararam a leitura assim que ele começou a falar de dança e corpo. Me poupa, né? Um pottermaníaco ir no blog do Zeca só pra ler sobre é Harry e ainda sair reclamando porque leu sobre dança, e podendo encontrar muita coisa sobre musica, literatura, cinema e arte, é na verdade não um fã, mas um perfeito idiota.

Onde eu entro nessa história mesmo? Ah sim, lembrei. Sou fã incondicional de Harry Potter. Isso mesmo que você leu. Não acredita? Lê de novo. E não li ainda o último livro (o que está corroendo a minha alma) e para desastre geral da minha consciência como cidadão brasileiro que tenta o máximo possível agir como um não-cidadão-brasileiro-típico eu já sei o final do livro.

Até hoje eu sinto vontade de socar alguém ate sangrar ou no mínimo ficar em estado de semi-insconsciente com a cara toda inchada (alguém sabe de alguém que seja pago pra receber esse tipo de serviço?). Mas não posso. Por quê? Porque a pessoa que me contou o final de Harry Potter and the Deathly Hallows foi ninguém mais ninguém menos que minha priminha de 9 anos. NOVE ANOS. Não acredita? Lê de novo então porra, se eu to dizendo que foi é porque foi. Foi ela, aquela fedelha, que não entende de cultura, que não lê nada além das legendas do Xuxa Só Para Baixinhos, que não houve nada além de RBD e não assiste muita coisa além do desenho da Polly.

Um estrago que nunca será corrigido na minha alma. Uma espera de mais de cinco anos foi estragada por uma criança de 9 anos em que nem bater eu posso.

Ai pra piorar eu estava discutindo literatura com o Cristopher, o Gildson, a Daigliene e o Elzer (na verdade era so eu, o Chris e o Gil, a Daí e o Elzer so balançavam as cabeças de vez em quando). Aí entramos na questão da importância cultural de Harry Potter. Gil falou que tanto faz como tanto fez (quanta apatia), eu defendia que Harry Potter tinha um valor cultural gigantesco e serviria de influência para milhares de crianças numa nova forma de literatura e agregação de valores, e qual não foi minha total falta de expressão quando o Chris disse que o Potter só servia para difundir Magia Negra nas crianças (detalhe: é nisso que ele acredita e ele falou isso sério).

Desfazer o argumento do Gildson de que Harry não tem valor nenhum foi fácil. Afinal, ele usou de todos os valores possíveis de outro história para escrever seu próprio livro e possivelmente trilogia, o fantástico O Senhor dos Anéis, que tantas outras pessoas condenam, mas que o Gil idolatra. Lembrei ele desse fato com um sorriso vitorioso no rosto, logo ele ficou calado. Quanto ao Cristopher e aquela idéia extremamente maluca e de pouca visão, eu nem tentei mudar a concepção dele, ou eu teria que faze-lo deixar de ser crente.

A discussão levou outro rumo. Por que lemos tantos autores estrangeiros e poucos brasileiros? Por que gostamos tanto de livros de auto ajuda da Sextante (na verdade eu não gosto nem um pouco, condeno auto ajuda) e não de livros de valores morais do Frei Beto? Pra mim a literatura brasileira morreu com Clarice Lispector (a que eu chamo de “a última diva da literatura”). Nossos novos escritores não sabem inovar, criar referências, usam apenas a daqueles que já morreram. Os novos escritores brasileiros (que dificilmente fazem sucesso) se agregam demais ao que já existe para criar suas obras ao invés de criar o novo. As editoras também não colaboram é claro, mas em suma é isso.

Eu gostaria de uma revolução cultura. Uma nova Semana da Arte Moderna Versão 2.0. Uma valorização da nova literatura brasileira. Um recomeço. E eu adoraria fazer parte desse movimento, tanto como um ávido leitor, como de um homônimo escritor. Pois como disse minha “última diva da literatura”: É que eu, simbolicamente, morro várias vezes só pra experimentar a ressurreição. Ou coisa parecida...

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Do Tim Festival 2007 ao Pseudo Cult

Em minhas andanças pela internet, ando acompanhando a possível programação para o Tim Festival 2007. Sim, eu digo possível programação, porque se a crise dos aeroportos continuar assim, mesmo que os artistas confirmem presença, chegar vai ser difícil. Meu Deus, imaginem o desastre, vai acontecer a mesma coisa que no Skol Beats.

Voltando ao festival em si. Nossa, esse tem tudo para ser o melhor Tim Festival de todos os tempos e dificilmente será superado tão cedo. Para quem reclamava que o Brasil não tem muitos shows descentes, esse ano esta tudo saindo das expectativas. Eu sou suspeito pra falar porque quando soube que o Placebo viria em março eu quase gozo, mas quando vi que não podia ir pro show brochei na hora. Portanto, 2007 com Placebo já foi “O Ano” e olha que ainda estamos na metade.

Mas voltando ao assunto, alguém já viu a lista de artistas que virá esse ano para o dito cujo festival? Não responda ainda! A começar pelo som “indie-rock/pseudo-indie-rock/indie-rock-comercial” dos garotos ultradescolados do Arctic & Monkeys. Um fato interessante é que ate hoje na minha cidade eu acho que sou o único que curte esta banda. O som deles é muito bom, uma mistura dos maiores clássicos do passado com um jeito que é realmente só deles. Eu particularmente adoro os clips que eles fazem. São uma coisa tão cult, tão super “in está out”. Sem falar no novo álbum, Favourite Worst Nightmare”, quem eu aposto será o repertório dos garotos que não são tão conhecidos pelas terras tupiniquins.

Outros dois nomes que chamam muito minha atenção são o The Killers, aquele som ultra comercial indefinível (eu não sou tão bom assim com rótulos), que eu gostei apenas do primeiro álbum, principalmente dos hits de maior sucesso, “Somebody Told Me” (lembro que nos tempos de escola eu e a Marilia achávamos um barato aquela batidinha de pé que o vocalista dava no clipe) e “Mr. Brightside”. O Duo francês Air também parece estar confirmadíssimo. O Air é aquele tipo de grupo que todo mundo já ouviu uma musica, mas quase ninguém sabe quem canta (também não vamos generalizar, esse “todo mundo” é na verdade o povo que adora musica eletrônica mas não se interessa muito pelos cantores). Eu adoro “Sexy Boy”, é quase psicodélica. Depois de ter perdido o Daft Punk no ano passado, perder o Air também será um soco no estômago.

Também dizem que Juliette & The Licks esta confirmado, mas esse eu tenho que admitir em minha grande ignorância que nem sei quem é.

Mas a grande estrela, aquela que vai arrastar todos os holofotes e que sem dúvida será idolatradíssima nesse meio tempo, é ela, a incrível, a grande, a super queridinha do momento, a “cult/alternativo/sem-definição-própria/ícone-gay/e, puta-que-pariu, ela-fez-um-filme-com-o-Lars-Von-Trier”, Björk. Pêra aí, Björk no Tim Festival? O que é que tem a ver o cu com as calças (como diz a minha mãe)? Ta, ela tem um som ate animadinho, mas o publico dela é bem seleto, não entendo se a combinação com o publico do Tim Festival será realmente boa. Ah, se for assim, só faltou chamar o Mika (aliás, eu sou completamente a favor da teoria da conspiração musical de que o novo álbum da Björk abafou total o do Mika, tadinho).

Todos os meios culturais e pseudo-culturais falam atualmente de Björk e seu novo álbum. Eu sinceramente não gostei muito. Não faz tanto meu tipo. Mas tenho que admitir que ela tem um talento enorme e alguns arranjos em suas musicas são de uma originalidade realmente única. Mas Björk está sofrendo com essa super exposição. Ela está sendo cultuadíssima, todos estão festejando sua obra, ela está la em cima. Mas cuidado, a queda pode ser vertiginosa (sempre lembro do Mika e do James Blunt, repito, tadinhos).

O que eu fico irritado é que parece que falar dela atualmente lhe da um status de cult, cool, de “você entende das coisas”. Falar de Björk ou do cantor referência-alternativa-internacional do momento faz você parecer que tem um QI muito acima da média. Tem gente que fala da cantora islandesa como se fosse amigo íntimo dela e conhecesse sua discografia e a dos Beatles (tem que conhecer a dos Beatles também, senão não é cult) de cabo a rabo, mas só ta falando daquilo que leu na internet, assistiu na MTV ou ouviu de alguém que realmente entende, ou pior, de alguém que não entende.

Bancar o alternivo/cult hoje em dia é pior das modas. Não me diga que você não conhece alguém que adora falar de musicas, livros e cinema sendo que não assistiu os filmes, leu os livros ou ouviu as musicas. O pior acontece se essa pessoa usa óculos estilo “armação de emo” e All Star (ta, eu fui nojento agora). Mas enfim, isso me irrita.

Infelizmente não poderei ir pra São Paulo ver o Tim Festival de perto, já estourei meu cartão de credito em uma viagem, não quero ter esse “prazer-pessoal/desprazer-monetário” de novo enquanto não poder me organizar. Tem cara de que realmente vai ser um sucesso, igual ao atual momento de glória da Björk.

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Consciência?!



Estou eu aqui sem fazer porra nenhuma no trabalho, quando finalmente resolvo criar meu blog pessoal depois de meses de repúdio a idéia!

Aliás, também faziam meses que eu já tinha a idéia do título do blog (só não tinha a idéia do que colocar no conteúdo, daí o repúdio da idéia de criá-lo)...

Só que, três filhos de uma p%!@ ja tem o domínio dos títulos de blog que eu almejava, o http://pareomundo, o http://paremomundo e o http://semmoderacao E o pior... os mesmos F.D.P. abandonaram seus blogs as traças... quando eu agora, super afim, to querendo encher o meu bloguinho de idéias de uma mente que não está fazendo nada no trabalho...

Resultado, sabe o Seu Puto do "Terça Insana"? To mais puto que ele... sem dúvida vou demorar séculos pra ter uma idéia nova boa para um domínio.

caralho ¬¬

Mas, eu não demorei tanto não. E agora está nascendo o Fala Consciência.

do Lat. conscientia
s. f.,
verdade;
honestidade;
rectidão;
honradez;
conhecimento, ciência;
facto que produz remorso;
cuidado extremo com que se executa qualquer trabalho;
Psic.,
consciência do eu por si mesmo.
- moral: função da consciência que consiste na distinção entre o bem e o mal;
em -: de boa vontade;
meter a mão na -: examinar com atenção os próprios actos ou sentimentos;
objecção de -: acto de recusar servir como soldado;
voz da -: sentimento íntimo que nos avisa do que se passa em nós, dando-nos o conhecimento das nossas acções, aprovando-as ou reprovando-as.

Para todos aqueles que tem, ou não, essa peça fundamental, ou não, na vida!

Consciência?! Fala comigo consciência