quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Música Alternativa, Moda Nada Alternativa e Tudo Aquilo que Você Nunca Admite

Eu passei mais um final de semana em casa. Mas diferente dos últimos finais de semana que eu passei entortando minha coluna na frente do computador, dessa vez eu fiz qualquer outra coisa, porque eu enjoei de Internet. Ei, espera ai, "enjoei de internet", eu disse isso? Alguém vem aqui e me dê um tiro. Eu quero ser jornalista, escritor, cineasta, músico alternativo (hum... pensando bem, essa eu pulo), crítico chato de tudo que aparece de novo, então, ei!, eu não posso enjoar de internet. É mais que uma diversão, no meu caso, é necessidade.

O pouco tempo que eu passei na internet nesse fim de semana, foi conversando besteira com o povo online e procurando música alternativa. Falar de música alternativa é interessante. Por exemplo, se eu falar que passei esse fim de semana só escutando Dangerous Muse, Sergey Lazarev, Patrick Nuo e Rogue Wave, você, caro leitor, que com quase minha certeza absoluta não conhece mais do que um dos citados, vai dizer: "Pow, nunca ouvi falar desse povo, devem ser músicos alternativos bacanas". Bobinhos!


Sergey e Patrick não passam de músicos de pop/romântico-barato, Rogue Wave me lembra country americano, mas parece country/pop/semi-barato/ que-tem-faixa-em-Heroes. A única coisa que pode ser chamado de alternativo realmente é o Dangerous Muse. Mas o DM toca eletro-music. E musica eletrônica pode ser alternativa? No meu conceito, claro! Eu adoro quando uma pessoa diz “Eu só gosto de música alternativa”, geralmente é um motivo para eu olhar, sorrir e pensar “Otário(a)!”. As pessoas tem o costume de achar que musica alternativa é toda musica feita por cantor ou banda que possui todo aquele caráter regionalista, revoltante, semi-socialista-comunista, apreciado por poucos e idolatrado em rodinhas de discussão de pessoas que se acham elite cultural sentados numa mesa de bar alternativo tomando vinho.

Acabamos sendo condicionados a pensar isso. Porque as outras pessoas pensam e dizem isso. E porque no fundo queremos ser esse tipo de pessoa (e vocês vão negar até a morte, eu sei). Bem, mas voltando rápido a musica alternativa e Dangerous Muse, eles são alternativos sim. A particularidade deles, o som “oitentista”, as letras, enfim, não existe algo parecido, e não existindo algo parecido, nem que eles tocassem brega, eles seriam alternativo. Aliás, a minha relação pessoal com as músicas do DM são quase eróticas (abafa, mas aquelas letras e aquela melodia...). Pra mim, isso é ser alternativo, ter algo que é só seu e que não está na linha de grandes reconhecimentos da mídia (não queria usar essa palavra), mas ainda assim, possui o seu reconhecimento, e mesmo que mínimo, isso basta.

Uma frase que sempre ouvi muito das pessoas que me cercam durante toda a minha vida foi, “Ninguém me influencia, eu tomo as minhas próprias decisões”. Aos poucos a gente descobre que isso é mentira. Todo mundo é influenciável, mas não falo de modo direto e sim de um modo inconsciente. Rodas de amigos, família, trabalho, colegas de estudos, mídia, internet, tudo isso e mais te influencia, nos seus gostos, nas suas vontades e nos seus atos. E mesmo assim as pessoas ainda gostam de dizer que são únicas (eu sei, a verdade dói, mas respire e relaxe, não é só você).

Um exemplo bobo pra isso que vem de mim mesmo aconteceu nesse sábado. Eu nunca liguei para marcas, mas ao longo do tempo, me aproximando de moda, eu fiquei louco por ter algo da Calvin Klein. Esse desejo nasceu naturalmente? Claro que não! Eu fui totalmente influenciando pelo mundo. E eu to me culpando por isso? Nem um pouco! Então eu comprei uma camiseta CK. Nem chorei com o preço. Sai sorridente e tudo (diga-se de passagem, houve uma cena interessante na loja, mas, abafa²). Comprei uma camiseta da CK cujo valor eu podia ter utilizado pra comprar cinco no Formigão - O Barato da Moda.

Nunca conheci ninguém que batesse no peito pra dizer que comprava roupa no Formigão. Minha avó e minha tia um dia foram filmadas lá e saíram num comercial onde umas 20 mulheres disputavam uma pilha de calças jeans de R$30. Foi o fim, minha tia (chiquérrima), quase chorou (se tivesse sido na Daslu, teria sido muito diferente). Eu não parei de zua-las. Enfim, só porque somos todos condicionados a termos atos por influencias dos outros (e isso é fato, não adianta nem ficar falando “mas, mas...”), não significa que não temos nosso jeito próprio, nossas particularidades. O que não podemos é sermos hipócritas a ponto de dizer que somos ininfluenciáveis (palavra bonita não?).

No fim, eu tenho que voltar a ser viciado em internet. Quando eu tiver esses atos loucos de achar que to enjoando, vou pra frente do espelho, me dar dois tapas e dizer “Se oriente, garoto!”. Meu professor de Administração pelo SIGO disse que quem vive sem internet e celular é mais feliz. Pode até ser. Mas eu ainda prefiro isso tudo, a sinais de fumaça e isolamento numa selva peruana.

6 comentários:

Thiago da Hora disse...

fiquei aqui tentando imaginar a cara da sua vó e sua tia quando viram o comercial... hahahaha

eu não ligo pra marcas. pra comprar alguma coisa eu sempre levo em conta outras coisas. ose o shopping é bom, o nível da loja, a qualidade no atendimento (odeio vendedores que me sufocam) e, claro, a qualidade das roupas. mas, como lugar com esses requesitos são sempre de marcas conhecidas, eu acabo comprando só roupas de marca. hahahaha

Suellen Verçosa disse...

Engra�ado como consigo rir sem parar com seus textos...
Pq?

Porque s�o reais!

Mas, creio que uma das 20 mulheres a disputar cal�as de 30 reais poderia ser minha m�e...
rsrs...

Ela � antenada nas novas cole�es do Formig�o...
E eu?

Jam�...jamais...
hauahuahauha

Mas...� bom aprender n�?

Tlavez n�o seja tarde demais...ou eu acabe virando uma dona de casa como a minha m�e...e prefirindo O Barat�o da Economia!

bjus!

Unknown disse...

Sempre tiro o fds pra ler o blog dos meus colegas, mas ao contrário dos comentários acima, eu ainda fico admirada como vc consegue integrar trocentos assunto num único post.. fica um texto rico.. tu criticou o conceito d alternativo, comentou d musica, moda e terminou com net que era o primeiro gancho!seus posts devem ser um por semana, mas tb é um por semana bem feito.. e ah, achei o prof d sigo o thiago no orkut,rs..
=*

Miriane

Anônimo disse...

cara, adorei o teu texto. Vc escreve muuuito bem samuel. Adorei vc falando sobre as bandas alternativas ( e depois as pessoas falam q eu só ouço bandas desconhecidas.... as suas são ainda mais ). Mas bem, adoro todo o texto, engraçado, coerente, bem estruturado. ja virei tua fã.

Beijos!

Vico Vinhal disse...

eu axo que vc devia deixar essa regata de lado
e discutir comigo as peculiaridades do acento no cu!

jaheihaeiuhaeiuuaieae
aheuiaheiuaheiuaheiu

eu tenho uma definicao diferente para coisas alternativas. apesar que eh bem proxima do que vc descreveu.

pois bem...
qndo trombo numa vitrine da ck eu suspiro... por isso, evito trombar huahuauha
depois quero saber oq aconteceu na loja!!

Thaísa Lima disse...

Seus sonhos de consumo estão ficando mais caros. Então aconselho a você ou a começar a trabalhar pesado e arrumar mais uns dois empregos ou começar a olhar com simpatia as calças do formigão...hehe