Aí eu soube que o
Dangerous Muse se apresentou no clube
Glória em São Paulo... só dois dias depois da apresentação. E deu aquela vontade básica de morrer. Ainda mais porque eles deram
LP’s de graça pra um monte de gente que não sabe nem dizer
“the book is on the table”, se jogaram na pista bêbados depois da apresentação e (reza a lenda urbana pós-show) não fizeram carão nenhum.
Gramour total! E eu perdi tudo.
Madonna que se foda,
Dangerous Muse no Brasil foi o show do ano. Já nesse final de semana eu me deparo apenas com chuva, tempo nublado, e falta de ingressos individuais para o Baile do Hawai que eu estava jurando que iria desde o ano passado... Sim, esse é um daqueles posts com tom de revoltado.
A propósito, falando em chuvas, eu estou desde maio desse ano planejando minhas férias (que começarão no carnaval do ano que vem), e todos meus planos estavam focados em... Florianópolis!
E quando eu digo que Deus é um cara irônico poucas pessoas acreditam. Tragédias a parte, eu me solidarizo muito com as vítimas, mas tudo ainda parece tão irreal, o Brasil é um país tão grande, gigante, fica difícil entender que aquilo esteja acontecendo com o vizinho de baixo, parece uma coisa tão
O Dia Depois de Amanhã.
E engraçado que quando eu falo dos meus fatores que levaram a escolher Floripa como destino do meu carnaval as pessoas acham um pouco estranho. Não foi só praia, ferveção e gente bonita que me fez escolher a cidade como destino, há muitas outras opções assim. No carnaval do ano passado, o clube
The Week deixou de ser de verão por lá e abriu suas portas definitivamente, pra abertura eles chamaram o DJ israelense
Offer Nissim, um dos maiores nomes da eletro music da atualidade, responsável pelo sucesso mundial daquela musica chata da
Maya,
Alone, lógico que o resto do trabalho dele é algo muito superior, como
Beatiful Eyes e
Happy People. Um outro clube contratou
David Guetta, outro DJ que eu sou muito fã. Caralho, no carnaval, dominado geralmente por axé, você ver uma capital bastante animada e cada dia mais famosa pelo seu turismo valorizar a musica eletrônica, é de dar vontade de correr pra lá.
Nazarian tava dizendo que ia passar o Reveillon dele em Floripa nem que tivesse que chegar lá a nado, e eu já botei na minha cabeça que vou curtir o carnaval em Florianópolis nem que eu tenha que passar por lama. Falando em Santiago Nazarian (sim, de novo), ele tava falando da primeira seleção do
Prêmio Sesc de Literatura. “Devo confessar que foi constrangedor ler TANTA COISA RUIM, mas ao mesmo tempo foi lindo descobrir, no meio do lixo, quatro autores de verdade, ótimos, que merecem os três o primeiro lugar”, palavras dele. Como eu estou participando do prêmio, não sei se deveria me sentir nervoso por fazer parte do TANTA COISA RUIM, ou dos quatro autores ótimos (esperança é a última que morre, não?). Enfim, o resultado do prêmio sai só no começo do ano que vem, antes eu não estava aguardando anciosamente, até esqueci, agora fiquei na expectativa de vez. Quem é amigo torce, ok? Quem não é amigo torce também!
Com o fim de ano eu dei um tempo em tudo com relação a cultura. Eu sei, é quase um suicídio do lóbulo frontal esquerdo do cérebro dizer isso, mas as próprias coisas andam meio paradas. O cinema anda sem graça, a música em 2008 se mostrou decpcionante, o Obama foi eleito, a crise mundial colocou o capitalismo em cheque, quem comprou carro comprou, quem não comprou se fudeu e o Natal ta aí. Época de dar e receber... presentes.
Aliás, se um dia eu for pai (bate na madeira três vezes) meu filho nunca vai sentar no colo de
Papai Noel. Pensa comigo gente, um velhinho, que vive isolado, aparece numa época estrondosa e seduz criancinhas oferecendo presentes e doces, em troca coloca-as no seu colo e pergunta se eles foram “bons meninos”. Eu sempre tive certeza que Papai Noel só havia contratado duendes para sua empresa de brinquedos porque a estatura dos duendes o mantém inerte em pensamentos libidinosos o ano inteiro, até o Natal. O pior é que com esse negócio de presentes e bom velhinho as crianças acham que Papai Noel e Deus são tudo a mesma coisa.
Aliás, comprei mega antecipado o presente de todas as mulheres lá de casa e como eu sei que elas não freqüentam esse blog, aí vai a dica pra você presentear uma mulher importante também (importante e moderna claro):
Aproveitei e já me dei de presente os dois livros de
Calvin e Haroldo que faltavam a minha coleção. O Natal faz com que eu me sinta uma pessoa melhor. Até trabalhar no hospital ta sendo menos torturante.
Demais, ando escutando
Mystery Jets. Uns ingleses com jeito descoladão, as vezes parecem só gays, outras só drogados, mas eu acho que eles são os dois. O som me parece bem oitentista, acho que é por isso que eu gostei, a moda é ser retrô, não?
Mas de fato, isso não faz meu estilo. Se prender ao passado culturalmente. As pessoas dizem que os anos 80 foram os ápices culturais da história, e por diversas vezes eu ouvi pessoas da minha idade querendo ter nascido nos anos 80. Eu não, ser dinâmico e assimilar coisas, amando-as e descartando-as em seguida é meu ponto forte com relação a ícones pops. Assim como a música eletrônica, que você pode cantar e dançar loucamente num dia, para que no seguinte, ela seja simplesmente substituída por outra batida. Acho que essa é a maior vantagem e desvantagem da musica eletrônica, a capacidade de chegar ao topo e descer ladeira abaixo tão rápido quanto uma descida de montanha russa. Mas claro, a descida de montanha russa so é rápida pra quem está olhando e curtindo de fora, nunca pra quem está dentro do carrinho.