Eu adoro o blog do Zeca Camargo. Ele começa falando de nada e termina com porra nenhuma. Isso é modo de dizer, claro, afinal o cara é dono de uma cultura (e de carimbos no passaporte) que eu definitivamente invejo positivamente. Mas eu não to aqui pra falar dele ou do blog dele. Na verdade começo esse post falando de um dos últimos textos dele, o “Já Estou no Quinto Capítulo do último Harry Potter”.
O texto em questão começa falando da leitura do Zeca do último Potter (íntimos, não?) mas acho que o Zeca nunca faria um post só sobre o Potter (se ele fizer eu paro de ler aquela merda), o post falava sobre a companhia de dança Grupo Corpo e seu espetáculo. Muito bom por sinal, queria assistir. Porém, o Zeca teve uma surpresa desagradável nos comentários. Uma trupe de pottermaníacos se revoltou e não parava de falar que ele havia usado Harry só pra atrair atenção do blog e que pararam a leitura assim que ele começou a falar de dança e corpo. Me poupa, né? Um pottermaníaco ir no blog do Zeca só pra ler sobre é Harry e ainda sair reclamando porque leu sobre dança, e podendo encontrar muita coisa sobre musica, literatura, cinema e arte, é na verdade não um fã, mas um perfeito idiota.
Onde eu entro nessa história mesmo? Ah sim, lembrei. Sou fã incondicional de Harry Potter. Isso mesmo que você leu. Não acredita? Lê de novo. E não li ainda o último livro (o que está corroendo a minha alma) e para desastre geral da minha consciência como cidadão brasileiro que tenta o máximo possível agir como um não-cidadão-brasileiro-típico eu já sei o final do livro.
Até hoje eu sinto vontade de socar alguém ate sangrar ou no mínimo ficar em estado de semi-insconsciente com a cara toda inchada (alguém sabe de alguém que seja pago pra receber esse tipo de serviço?). Mas não posso. Por quê? Porque a pessoa que me contou o final de Harry Potter and the Deathly Hallows foi ninguém mais ninguém menos que minha priminha de 9 anos. NOVE ANOS. Não acredita? Lê de novo então porra, se eu to dizendo que foi é porque foi. Foi ela, aquela fedelha, que não entende de cultura, que não lê nada além das legendas do Xuxa Só Para Baixinhos, que não houve nada além de RBD e não assiste muita coisa além do desenho da Polly.
Um estrago que nunca será corrigido na minha alma. Uma espera de mais de cinco anos foi estragada por uma criança de 9 anos em que nem bater eu posso.
Ai pra piorar eu estava discutindo literatura com o Cristopher, o Gildson, a Daigliene e o Elzer (na verdade era so eu, o Chris e o Gil, a Daí e o Elzer so balançavam as cabeças de vez em quando). Aí entramos na questão da importância cultural de Harry Potter. Gil falou que tanto faz como tanto fez (quanta apatia), eu defendia que Harry Potter tinha um valor cultural gigantesco e serviria de influência para milhares de crianças numa nova forma de literatura e agregação de valores, e qual não foi minha total falta de expressão quando o Chris disse que o Potter só servia para difundir Magia Negra nas crianças (detalhe: é nisso que ele acredita e ele falou isso sério).
Desfazer o argumento do Gildson de que Harry não tem valor nenhum foi fácil. Afinal, ele usou de todos os valores possíveis de outro história para escrever seu próprio livro e possivelmente trilogia, o fantástico O Senhor dos Anéis, que tantas outras pessoas condenam, mas que o Gil idolatra. Lembrei ele desse fato com um sorriso vitorioso no rosto, logo ele ficou calado. Quanto ao Cristopher e aquela idéia extremamente maluca e de pouca visão, eu nem tentei mudar a concepção dele, ou eu teria que faze-lo deixar de ser crente.
A discussão levou outro rumo. Por que lemos tantos autores estrangeiros e poucos brasileiros? Por que gostamos tanto de livros de auto ajuda da Sextante (na verdade eu não gosto nem um pouco, condeno auto ajuda) e não de livros de valores morais do Frei Beto? Pra mim a literatura brasileira morreu com Clarice Lispector (a que eu chamo de “a última diva da literatura”). Nossos novos escritores não sabem inovar, criar referências, usam apenas a daqueles que já morreram. Os novos escritores brasileiros (que dificilmente fazem sucesso) se agregam demais ao que já existe para criar suas obras ao invés de criar o novo. As editoras também não colaboram é claro, mas em suma é isso.
Eu gostaria de uma revolução cultura. Uma nova Semana da Arte Moderna Versão 2.0. Uma valorização da nova literatura brasileira. Um recomeço. E eu adoraria fazer parte desse movimento, tanto como um ávido leitor, como de um homônimo escritor. Pois como disse minha “última diva da literatura”: É que eu, simbolicamente, morro várias vezes só pra experimentar a ressurreição. Ou coisa parecida...
O texto em questão começa falando da leitura do Zeca do último Potter (íntimos, não?) mas acho que o Zeca nunca faria um post só sobre o Potter (se ele fizer eu paro de ler aquela merda), o post falava sobre a companhia de dança Grupo Corpo e seu espetáculo. Muito bom por sinal, queria assistir. Porém, o Zeca teve uma surpresa desagradável nos comentários. Uma trupe de pottermaníacos se revoltou e não parava de falar que ele havia usado Harry só pra atrair atenção do blog e que pararam a leitura assim que ele começou a falar de dança e corpo. Me poupa, né? Um pottermaníaco ir no blog do Zeca só pra ler sobre é Harry e ainda sair reclamando porque leu sobre dança, e podendo encontrar muita coisa sobre musica, literatura, cinema e arte, é na verdade não um fã, mas um perfeito idiota.
Onde eu entro nessa história mesmo? Ah sim, lembrei. Sou fã incondicional de Harry Potter. Isso mesmo que você leu. Não acredita? Lê de novo. E não li ainda o último livro (o que está corroendo a minha alma) e para desastre geral da minha consciência como cidadão brasileiro que tenta o máximo possível agir como um não-cidadão-brasileiro-típico eu já sei o final do livro.
Até hoje eu sinto vontade de socar alguém ate sangrar ou no mínimo ficar em estado de semi-insconsciente com a cara toda inchada (alguém sabe de alguém que seja pago pra receber esse tipo de serviço?). Mas não posso. Por quê? Porque a pessoa que me contou o final de Harry Potter and the Deathly Hallows foi ninguém mais ninguém menos que minha priminha de 9 anos. NOVE ANOS. Não acredita? Lê de novo então porra, se eu to dizendo que foi é porque foi. Foi ela, aquela fedelha, que não entende de cultura, que não lê nada além das legendas do Xuxa Só Para Baixinhos, que não houve nada além de RBD e não assiste muita coisa além do desenho da Polly.
Um estrago que nunca será corrigido na minha alma. Uma espera de mais de cinco anos foi estragada por uma criança de 9 anos em que nem bater eu posso.
Ai pra piorar eu estava discutindo literatura com o Cristopher, o Gildson, a Daigliene e o Elzer (na verdade era so eu, o Chris e o Gil, a Daí e o Elzer so balançavam as cabeças de vez em quando). Aí entramos na questão da importância cultural de Harry Potter. Gil falou que tanto faz como tanto fez (quanta apatia), eu defendia que Harry Potter tinha um valor cultural gigantesco e serviria de influência para milhares de crianças numa nova forma de literatura e agregação de valores, e qual não foi minha total falta de expressão quando o Chris disse que o Potter só servia para difundir Magia Negra nas crianças (detalhe: é nisso que ele acredita e ele falou isso sério).
Desfazer o argumento do Gildson de que Harry não tem valor nenhum foi fácil. Afinal, ele usou de todos os valores possíveis de outro história para escrever seu próprio livro e possivelmente trilogia, o fantástico O Senhor dos Anéis, que tantas outras pessoas condenam, mas que o Gil idolatra. Lembrei ele desse fato com um sorriso vitorioso no rosto, logo ele ficou calado. Quanto ao Cristopher e aquela idéia extremamente maluca e de pouca visão, eu nem tentei mudar a concepção dele, ou eu teria que faze-lo deixar de ser crente.
A discussão levou outro rumo. Por que lemos tantos autores estrangeiros e poucos brasileiros? Por que gostamos tanto de livros de auto ajuda da Sextante (na verdade eu não gosto nem um pouco, condeno auto ajuda) e não de livros de valores morais do Frei Beto? Pra mim a literatura brasileira morreu com Clarice Lispector (a que eu chamo de “a última diva da literatura”). Nossos novos escritores não sabem inovar, criar referências, usam apenas a daqueles que já morreram. Os novos escritores brasileiros (que dificilmente fazem sucesso) se agregam demais ao que já existe para criar suas obras ao invés de criar o novo. As editoras também não colaboram é claro, mas em suma é isso.
Eu gostaria de uma revolução cultura. Uma nova Semana da Arte Moderna Versão 2.0. Uma valorização da nova literatura brasileira. Um recomeço. E eu adoraria fazer parte desse movimento, tanto como um ávido leitor, como de um homônimo escritor. Pois como disse minha “última diva da literatura”: É que eu, simbolicamente, morro várias vezes só pra experimentar a ressurreição. Ou coisa parecida...
4 comentários:
compartilho da sua idéia. livros brasileiros nunca me despertam atenção. assim como os filmes.
a cultura brasileira é como uma grande folha carbono. todo mundo se copia, gostam de manter os mesmos formatos, as mesmas fórmulas.
Eu posso matar a sua prima!!
hauahuaua
Mah eh claro vamos discordar em outros pontos!
ADORO literatura estrangeira, vc sabe! Me amarro em policiais... Desculpa!
Mah se qr saber qnt a minha opinião qnt à preferência à esses autores se deve à falta de cultura do nosso próprio país... Brasileiro lê pouco, e uma coisa leva à outra... Em um país que se lê pouco, há pouco investimento em literatura... e consequêntemente poucos autores! Sabe ql a porcetagem de lucro de um autor?? 10 à 12% do preço de capa de um livro!! O Paulo Coelho eh o escritor mais bem pago do Brasil e ganha um pouco mais de 18%!!!!
Eh negããão... Assim fica difícil!!!
Ainda prefiro o meu Sherlock Holmes do Sir. Arthur Conan Dyle, Do q todas as Verônias, Srtas num sei o que, magos e alquimistas do nosso queri conterrâneo Paulo Coelho!!!!
Admiro sua dignidade em citar cada nome da discussão....
Sinto não estar participando desses debates tão "calientes"...
E creio que já perdi muitos...
Mas...concordo com algumas que você diz...mas outrora não.
Como futura lançadora de livros...
Não acredito que o resumo geral de nossa cultura seja uma cópia...
Existem sim os que criam...
E que inovam...
Mas...infelizmente...por muitos realizarem tal prática...os que realmente têm compromisso com o que fazem,perdem seu espaço.
Mas...adorei o texto...do começo ao fim...
Abraços meu caro.
Sam, fiquei sabendo do seu blog pelo seu pai, meu colega de trabalho, Raimundo Afonso. Me deliciei com seus relatos e me tornei fã da sua escrita.
Cheiros
Kátia Oliveira
Postar um comentário