Quem sabe que eu sou fã do Jason levanta o braço:
Um vilão que começou aterrorizante e que hoje poderia fazer parte do palco do CQC ao lado do Rafinha Bastos. O primeiro A Hora do Pesadelo é até razoável, mas o resto é uma grande porcaria de filmes toscos que subestimam nossa inteligência mais do que qualquer outra coisa e transformaram Freddy Krueger de assassino de crianças demoníaco que mata pelos sonhos, em comediante de segunda que mata entre piadas. Além de torcer só pro Flamengo com aquela blusa listrada que ele usa. É um ícone, dos melhores, um tipo de vilão raro, mas que foi muito mal aproveitado. Adora matar adolescentizinhos que só pensam em transar. Ponto para as mortes sempre criativas.
Jason: “Euuu!”
Samuel: “Ok, mas era pra levantar o SEU”
Sexta Feira 13 estreou aqui em Rio Branco exatamente numa sexta feira 13, mas na sexta feira 13 errada. A sorte do Cine João Paulo é que houve duas sextas feira 13 seguidas. Coisa hiper rara de acontecer. Portanto, foi o atraso de estréia cinematográfica mais bem sucedido da história desse cinema que super segue as tendências. Eu nem conseguia reclamar do atraso, juro, perdi a fala diante dessa “divina providência” do calendário romano.
O novo Sexta Feira 13 na verdade não é um remake do primeiro filme, ele é um remake da Parte 1 nos primeiros 3 minutos, um remake da Parte 2 ate a meia hora de duração, remake de porra nenhuma ate o final, e remake da Parte 1 de novo no finalzinho-inho-inho (como se não fosse óbvio o que ia acontecer, hellooo, o Jason é imortal, alguém aqui se lembra disso?). Enfim, o novo Sexta Feira 13 na verdade não é nem uma continuação, nem um remake, e sim um recomeço da série. Resumindo, Sexta Feira 13 é na verdade uma grande... bosta! E por isso ele é razoavelmente... bom.
Gente, fala sério! Num mundo saturado de filmes de terror de assassinos seriais toscos, no meio do nada, matando adolescentes que só querem transar, você tem mais medo do que: de um assassino irreal no meio da floresta que usa uma máscara de hóquei ou da menina do call center do seu cartão de crédito, que leva dois segundos de digitação para colocar seu nome no SPC/SERASA e que ainda assim precisa no mínimo de meia hora pra entender que você quer cancelar aquele cartão que na verdade é a sua destruição? Eu não sei vocês, mas a vida real é mais aterrorizante que o Jason.
Os bons filmes do Jason rolaram de 1980 a 1989. Aliás, todos são horríveis, cada um pior que o outro, tosqueira sobre tosqueira, mortes sem sentido, elencos agonizantes, roteiros para crianças de 3 anos, enfim, isso tudo era o real encanto de Sexta Feira 13, a pior franquia do cinema a ser melhor em alguma coisa. A Parte 6 é a melhorzinha, porque Jason parodia a si mesmo, o roteiro é inteligente, as atuações mais ou menos e você ri do começo ao fim com as sacadas brilhantes (como por exemplo, quando pela primeira vez na história da série, a polícia é chamada e Jason mata tudinho), mas mesmo assim, tudo vira bosta.
Esse remake foi dirigido pelo mesmo diretor de outro remake, O Massacre da Serra Elétrica, uma refilmagem de um clássico maior que o de Jason para mim. A refilmagem de O Massacre foi absurdamente boa, tinha tudo muito bem organizado, dava medo e nós não desejávamos a morte dos personagens por nos aproximarmos deles. Esse remake entrou para a minha história. Já em Sexta Feira 13, eu desejava a morte de todos os personagens o mais rápido possível. Aliás, quer um bom motivo pra assistir esse filme? As mortes são ótimas, não exageradas e surpreendentes. Ponto para o saco de dormir que vira armadilha e para a flechada no barco. Aliás, o novo Jason corre, uma gigante decepção pra mim, quase chorei de tristeza, pois o antigo Jason andava a 0,5km/h e estava sempre na frente de suas vítimas. Mas temos sexo de novo (obrigado, produtores), elemento que havia saído dos filmes de terror teen para conseguir censuras mais leves (sangue pode, peitos não).
Um fato hilário, é que Jason nasceu com o objetivo de fazer frente a um outro maníaco, Mike Myers, de outro clássico cult dos filmes de terror, Halloween. Eu não gosto desse, mas de fato, nos anos 80, surgiram uma série de slasher movies (típicos de assassinos sem inteligência), embora foram poucos os que sobreviveram ao imaginário popular e a história do gênero terror/tosco.
Com isso, fiquem agora com o Top 8 Assassinos Maníacos dos Filmes de Terror Toscos:
8º Lugar - Pânico
A série Pânico fez mais merda nos slasher movies do que o Jason foi capaz. Ok, eu admito que Pânico é um fruto de Sexta Feira 13, mas mesmo assim, não tem salvação. Primeiro, temos aquele assassino com aquela fantasia ridícula (em cada filme é um diferente, mas sempre com a mesma fantasia), depois, sempre os adolescentes americanos estereotipados, os piores tipos, a gostosa, o jogador, o tímido que não transa com ninguém, a metida a espertar e a virgem, que sempre sobrevive, mesmo que ela perca a virgindade. Os três filmes são muito ruins, as mortes também são muito sem graça, os desfechos são piores ainda. Afinal, quem sai fantasiado dentro da cidade, a vista de todo mundo, matando e perguntando antes: “Qual seu filme de terror favorito?”? Se nem no campo isso faz sentido, imagina na cidade.
7º Lugar - Harry Warden
Esse é pouquíssimo conhecido, do filme Dia dos Namorados Macabro. Harry Warden é um mineiro (não gente, ele não nasceu em Minas Gerais, ele trabalhava em minas) que na noite do dia dos namorados saia de sua mina com uma picareta suja de sangue e matava garotinhas apaixonadas, arrancava seus corações e mandava para outras pessoas em caixas de bombons em formato de... coração (adoooro a ironia). O filme é violentíssimo e razoavelmente bom, mas com os clichês de sempre, assassino mascarado revelado só no final do filme, adolescentes se fudendo e casal transpassado vivo enquanto transa. Teve dezenas de cortes no filme original, o que é uma pena, mas eles estão no DVD especial lançado recentemente. O remake foi lançado há pouco tempo em versão 3D.
6º Lugar - Mike Myers
O mais cult dos maníacos, Mike Myers é o grande vilão da série Halloween, também refilmada e lançada ano passado por Rob Zombie. Mike nasceu com talento pra matar. Aos 6 anos esfaqueou mortalmente a sua irmão depois dela transar com o namorado, ficou num hospital psiquiátrico até os 21 anos, quando resolveu fugir e seguir carreira. Ele mata, começa a usar uma máscara estranhamente delicada e um facão grande igual ao do Jason. Começa então a história de um serial killer acima da média normal. Existem 8 partes da série, em todas ele é indestrutível e implacável. É quase um Jason, com tanto cérebro quanto ele, mas com um pouquinho mais de classe.
5º Lugar - Chucky
O Brinquedo Assassino é um dos filmes mais populares da história, cultuado até hoje e que teve capacidade de se reinventar para manter sua presença. Chucky era até então um brinquedo inocente, mas de algum jeito absurdo, abrigou a alma de um assassino morto pela polícia em uma loja de brinquedos. O primeiro filme é assustador, principalmente para crianças. O brinquedo havia sido comercializado antes do filme, o que gerou uma histeria ao redor do mundo. Chucky é foda, mesmo no corpo de um boneco de plástico, ele já teve ate namorada, fez filho e matou algumas dúzias de idiotas, além de assustar criancinhas ate hoje. Ele também era sarcástico e irritante, coisa rara na época. Seu gênero de terror se desgastou, mas sua figura não, despontando para o humor em seus últimos dois filmes.
4º Lugar - Pinhead
O grande vilão da série Hellraiser vem de uma dimensão paralela toda vez que um cubo amaldiçoado tem seu segredo desvendado. Me cagava de medo toda vez que o Pinhead aparecia na tela, com aquela cara cheia de pregos, aquela roupa de couro (que com certeza foi feita para sadomasoquistas), e aquelas correntes que surgiam do nada e se enfiavam na pele das vítimas. Dor e prazer ao extremo no mundo de Pinhead. Os três primeiros filmes são ótimos, mas depois a coisa fica ruim, até gordo o Pinhead ficou nesse meio tempo (Parte 8). É, a idade não perdoa ninguém.
Um vilão que começou aterrorizante e que hoje poderia fazer parte do palco do CQC ao lado do Rafinha Bastos. O primeiro A Hora do Pesadelo é até razoável, mas o resto é uma grande porcaria de filmes toscos que subestimam nossa inteligência mais do que qualquer outra coisa e transformaram Freddy Krueger de assassino de crianças demoníaco que mata pelos sonhos, em comediante de segunda que mata entre piadas. Além de torcer só pro Flamengo com aquela blusa listrada que ele usa. É um ícone, dos melhores, um tipo de vilão raro, mas que foi muito mal aproveitado. Adora matar adolescentizinhos que só pensam em transar. Ponto para as mortes sempre criativas.
2º Lugar - Leatherface
É difícil me expressar sobre Leatherface sem me expressar sobre O Massacre da Serra Elétrica, um dos filmes de terror mais cultuados de todos os tempos, absurdamente bom, “inteligente” e assustador. Leatherface é um jovem que nasceu com uma doença que corrói a pele do seu rosto, na juventude então ele aprende com sua sádica família de canibais a usar o rosto de outras pessoas no lugar do seu e de comer a carne delas para se alimentar. É bizarro. Brandindo sua serra elétrica em mãos, não tem como não ficar com as pernas bambas quando Leatherface entra em cena para matar, geralmente conseguindo seu objetivo. O filme original é muito bom, o remake é tão bom quanto, e O Massacre da Serra Elétrica – O Início, que mostra como tudo doentemente começou, é melhor ainda. Estranho esse último ter passado tão despercebido pelo Brasil.
O que falar de um assassino que no começo era um serial killer louco, depois assumiu status de ser místico imortal, levou mais de 100 tiros, foi esfaqueado 26 vezes, levou 5 machadadas, foi atropelado por um trator e um carro, soterrado por um telhado, atingido por vasos, um sofá, alguns pedaços de madeira, duas cadeiras, livros, uma estante, uma televisão, foram fincados ao longo do seu corpo 15 barras de ferro, foi afogado em lixo tóxico, foi explodido... e sobreviveu, o que falar? Para o bem ao para o mal, Jason realmente é imortal.