Preciso dizer que eu me acabei de rir? Não, né?! Gente, a ignorância é uma benção. Não dava nem pra culpar o vendedor, o conceito de moda nunca foi o forte do Acre.
Aliás, como o Ricardo me disse uma vez num passeio pela Gameleira, “O acreano tem um jeito muito tradicional, tanto no de se vestir quanto no comportamento e jeito de agir. Dá pra descobrir quem é de fora só olhando”, isso me lembrou automaticamente o Arthur, um garoto que eu conheci na despedida dele numa buaty, conversando ele me disse que não estava nada triste de ir embora depois de três meses no Acre. Mesmo sendo jovem, bacana e bonito, sempre se sentiu vítima de preconceito e fofoca por parte dos outros garotos da cidade. Arthur achava que a juventude acreana era muito atrasada, não aceitava o novo e enquanto lá fora a cabeça das pessoas estava ficando mais aberta pra comportamentos e moda, aqui as pessoas pareciam empacadas. Não tirei muito a razão dele. Ele realmente estava certo em alguns aspectos, em outros nem tanto. Mas esse não é um assunto que eu quero tratar, nem naquele dia eu quis, pois voltamos super dignos pra encher a cara.
Continuando as compras com o Frederico, fomos lá no Formigão – O Barato da Moda e (adivinhem) sai de lá com uma calça jeans liiiinda de R$30,00. Minha mãe ligou pra mim pra perguntar algo e eu aproveitei, “Mãe, a vó tá aí perto?”, ela: “Tá, por quê?”, e eu super animado, “Diz pra ela que eu to aqui no Formigão e comprei uma calça super tudo de 30 pilas. Eu tenho certeza que ela vai ter muito orgulho de mim e finalmente sentir que eu sou um verdadeiro neto dela”. Adoro o Formigão. Lá é muito divertido, tinha uma pilha de algum tipo de roupa e no alto dela uma bandeira vermelha. Por que eu disse “algum tipo de roupa”? Porque era tanta mulher em cima que eu não consegui identificar que tipo de peça elas estavam analisando/batalhando pra comprarem, ja que a bandeira vermelha significa "promoção imperdível". Ah, eu acho que existe algum nome praquelas práticas sexuais bizarras em que alguém enfia o braço todo no orifício de alguém (engraçado, a terminologia de comportamentos sexuais é gigantesca, tem nome pra tudo, acho até que quem tem tara de gozar no bife do dedão do pé esquerdo tem nome), seja qual for o nome da prática, era aquilo que o Frederico tava fazendo na pilha de calças. Eu olhava paralisado enquanto ele enfiava o braço nos jeans, segundo ele, “as melhores calças estão sempre no fundo”. Valeu a dica amigo, vou guardar pra vida inteira e começar aquela prática de enfiar o braço todinho também. Nunca mais compro Calvin Klein Jeans, só underwear e camisetas.
Teve ainda na loja de cosmético um causo bacana. Tava eu e o Frederico quando ele pergunta pra vendedora “Tem redutor de volume?”, e ela “Pra cabelo?”, nós dois assentimos levemente com a cabeça quando na verdade eu quis dizer, “Não. Tem algum redutor de volume pros pêlos do suvaco, do peito e, de quebra, do c*?”. Já ouvi de alguns conhecidos que o Acre tem um dos piores atendimentos de loja do Brasil, mas aquilo que foi ridículo.
Esse final de semana eu tava aperriadinho pra terminar a primeira temporada de Skins antes de viajar. Não consegui, falta um episódio e o especial de Natal. Aliás, eu to aperriado com muita coisa. Finalizar minhas notas, arrumar minha mala (Deus, eu nem comecei), assistir filmes, organizar musicas no mp3 (o Frederico disse que ia tentar salvar minha alma musical, to esperando) e eu não to pensando quanto tempo eu vou conseguir viver sem internet, mas a verdade é que de internet eu vou tentar distancia.
É bom que eu vou pensando em novidades que eu vou trazer pro blog pra ver se levanto o ibope. Tipo, promoções culturais, layout novo e ensaios nus (não meus), a galera se amarra em putaria.
Ah, queria falar um monte de coisas hoje, mas já escrevi besteira demais, queria fazer a crítica do magnífico filme coreano I’m a cyborg, but that’s ok, que tanto me tocou (sem taradices por favor), mas fica pra segunda temporada. Dêem um jeito de assistir aí quem sabe criticamos juntos.
Demais, vou indo. Mesmo me preparando pra uma cirurgia, eu me sinto saindo de férias, mais do que simples férias, mas férias do Acre. Amo tudo aqui, mas as vezes eu me sinto sufocado, as vezes um sentimento meio Arthur, mas na verdade é uma sensação própria, um sentimento Bryan-ante-inércia, meio ante-raízes-muito-profundas, meio silêncio-pra-alma.
Vou tentar ver o mar, e sorrir como um bobo, olhando a imensidão azul, sempre com a certeza que aquela é uma das obras mais magníficas de Deus. Sinto saudades do mar.
Obrigado a todos. Nos vemos em março, se Deus (e vocês) quiserem.
Aí, terminei meloso demais.