Em minhas andanças pela internet, ando acompanhando a possível programação para o Tim Festival 2007. Sim, eu digo possível programação, porque se a crise dos aeroportos continuar assim, mesmo que os artistas confirmem presença, chegar vai ser difícil. Meu Deus, imaginem o desastre, vai acontecer a mesma coisa que no Skol Beats.
Voltando ao festival em si. Nossa, esse tem tudo para ser o melhor Tim Festival de todos os tempos e dificilmente será superado tão cedo. Para quem reclamava que o Brasil não tem muitos shows descentes, esse ano esta tudo saindo das expectativas. Eu sou suspeito pra falar porque quando soube que o Placebo viria em março eu quase gozo, mas quando vi que não podia ir pro show brochei na hora. Portanto, 2007 com Placebo já foi “O Ano” e olha que ainda estamos na metade.
Mas voltando ao assunto, alguém já viu a lista de artistas que virá esse ano para o dito cujo festival? Não responda ainda! A começar pelo som “indie-rock/pseudo-indie-rock/indie-rock-comercial” dos garotos ultradescolados do Arctic & Monkeys. Um fato interessante é que ate hoje na minha cidade eu acho que sou o único que curte esta banda. O som deles é muito bom, uma mistura dos maiores clássicos do passado com um jeito que é realmente só deles. Eu particularmente adoro os clips que eles fazem. São uma coisa tão cult, tão super “in está out”. Sem falar no novo álbum, “Favourite Worst Nightmare”, quem eu aposto será o repertório dos garotos que não são tão conhecidos pelas terras tupiniquins.
Outros dois nomes que chamam muito minha atenção são o The Killers, aquele som ultra comercial indefinível (eu não sou tão bom assim com rótulos), que eu gostei apenas do primeiro álbum, principalmente dos hits de maior sucesso, “Somebody Told Me” (lembro que nos tempos de escola eu e a Marilia achávamos um barato aquela batidinha de pé que o vocalista dava no clipe) e “Mr. Brightside”. O Duo francês Air também parece estar confirmadíssimo. O Air é aquele tipo de grupo que todo mundo já ouviu uma musica, mas quase ninguém sabe quem canta (também não vamos generalizar, esse “todo mundo” é na verdade o povo que adora musica eletrônica mas não se interessa muito pelos cantores). Eu adoro “Sexy Boy”, é quase psicodélica. Depois de ter perdido o Daft Punk no ano passado, perder o Air também será um soco no estômago.
Também dizem que Juliette & The Licks esta confirmado, mas esse eu tenho que admitir em minha grande ignorância que nem sei quem é.
Mas a grande estrela, aquela que vai arrastar todos os holofotes e que sem dúvida será idolatradíssima nesse meio tempo, é ela, a incrível, a grande, a super queridinha do momento, a “cult/alternativo/sem-definição-própria/ícone-gay/e, puta-que-pariu, ela-fez-um-filme-com-o-Lars-Von-Trier”, Björk. Pêra aí, Björk no Tim Festival? O que é que tem a ver o cu com as calças (como diz a minha mãe)? Ta, ela tem um som ate animadinho, mas o publico dela é bem seleto, não entendo se a combinação com o publico do Tim Festival será realmente boa. Ah, se for assim, só faltou chamar o Mika (aliás, eu sou completamente a favor da teoria da conspiração musical de que o novo álbum da Björk abafou total o do Mika, tadinho).
Todos os meios culturais e pseudo-culturais falam atualmente de Björk e seu novo álbum. Eu sinceramente não gostei muito. Não faz tanto meu tipo. Mas tenho que admitir que ela tem um talento enorme e alguns arranjos em suas musicas são de uma originalidade realmente única. Mas Björk está sofrendo com essa super exposição. Ela está sendo cultuadíssima, todos estão festejando sua obra, ela está la em cima. Mas cuidado, a queda pode ser vertiginosa (sempre lembro do Mika e do James Blunt, repito, tadinhos).
O que eu fico irritado é que parece que falar dela atualmente lhe da um status de cult, cool, de “você entende das coisas”. Falar de Björk ou do cantor referência-alternativa-internacional do momento faz você parecer que tem um QI muito acima da média. Tem gente que fala da cantora islandesa como se fosse amigo íntimo dela e conhecesse sua discografia e a dos Beatles (tem que conhecer a dos Beatles também, senão não é cult) de cabo a rabo, mas só ta falando daquilo que leu na internet, assistiu na MTV ou ouviu de alguém que realmente entende, ou pior, de alguém que não entende.
Bancar o alternivo/cult hoje em dia é pior das modas. Não me diga que você não conhece alguém que adora falar de musicas, livros e cinema sendo que não assistiu os filmes, leu os livros ou ouviu as musicas. O pior acontece se essa pessoa usa óculos estilo “armação de emo” e All Star (ta, eu fui nojento agora). Mas enfim, isso me irrita.
Infelizmente não poderei ir pra São Paulo ver o Tim Festival de perto, já estourei meu cartão de credito em uma viagem, não quero ter esse “prazer-pessoal/desprazer-monetário” de novo enquanto não poder me organizar. Tem cara de que realmente vai ser um sucesso, igual ao atual momento de glória da Björk.